sexta-feira, 14 de março de 2014

Amor Incondicional

Nós, animais, amamos os nossos donos incondicionalmente, não nos importa se eles andam bem vestidos, se andam descalços, se tem defeitos, se têm conta bancária, se andaram na universidade ou se não sabem ler. Amamo-los, mesmo quando eles não nos tratam como deviam, mesmo quando eles nos escolhem como bode expiatório. Amamo-los porque eles são tudo para nós. Esperamos que eles nos tratem da mesma maneira, nem sempre é assim.

Os nossos donos têm que se ausentar de casa, têm obrigações a cumprir, nós aguardamos ansiosos a sua chegada, para lhes dizer o quanto ficamos felizes quando estão a nosso lado.

Eu só preciso de ouvir o som do motor do carro para saltar feliz e dar umas corridinhas de alegria. Tenho espaço para brincar, apanhar sol, farejar, sentir a liberdade que um espaço ao ar livre pode dar. Lembro-me, de que quando era pequenino a minha dona colocou a hipótese de me levar com ela, ela trabalha a quilómetros de distância e está ausente durante a semana, sentia a minha falta e relaxava-a só o facto de poder olhar para mim mas, pensou e decidiu, preferia sacrificar-se do que me ver sacrificado. Ela vive num apartamento com janelas altas, eu não podia nem ver o que se passava na rua, sem varanda, ficava 7 horas, agora 8, sozinho, fechado, depois teve em conta o risco das viagens semanais, 6 horas de carro, onde tudo pode acontecer, um acidente, só de me imaginar perdido no meio do nada, se lhe acontecesse alguma coisa a ela, deixava-a desesperada, optou então por me deixar sossegadinho na quinta, em liberdade, com o meu dono, que me trata como se fosse filho dele. O que eu penso sobre o assunto? Eu adoro-a, ela, apesar de ter muitas tarefas para fazer quando chega no fim de semana, ou nas férias, arranja sempre tempinho para me dirigir umas palavras ou fazer-me uma festinha, mas, prefiro poder respirar livremente, correr, farejar, brincar com os meus amigos do que ficar fechado entre quatro paredes.

Há muita gente que não pensa antes de adoptar e além de não terem em conta o nosso bem-estar ainda nos abandonam quando interferimos com a vida deles. Adoptam-nos mas não pensam nos sacrifícios que isso implica, o período de férias, por exemplo, não pensam e, como os humanos escolhem sempre a facilidade, abandonam-nos na primeira dificuldade.

Falando em férias, recordo as viagens que fazia com os meus donos, a areia da praia, as noites que passava ao lado deles na auto-caravana mas, desde que eles compraram os cavalos puseram os passeios de lado. Porquê? Dizem eles que os cavalos precisam sempre de alguém ao lado deles, que são animais muito nervosos o que lhes dificulta a resolução de qualquer imprevisto e que mesmo que peçam a alguém que os ponha no lameiro, que lhes venha dar de comer, pode não ser suficiente, já que eles são animais mais dependentes. Tenho saudades mas compreendo a decisão dos meus donos, para eles em primeiro lugar estamos nós, compreendem que sem eles dificilmente sobreviveríamos.

Adoptar um animal tem responsabilidades, nós também devemos ter um nível de vida razoável, também precisamos de fazer exercício físico, ter cuidados de saúde, conviver, além de precisarmos de carinho, alimentação e água, há que pensar em tudo antes de tomar uma decisão, evitando depois chegar ao extremo, abandonar.
Haja o que houver estamos sempre ao lado dos nossos donos, prontos para os receber e acarinhar, mesmo não dando eles conta disso.

Fiquem em companhia deste vídeo, elaborado pela Instituição Britânica Mayhew Animal Home, que promove a adopção, ADOPÇÃO RESPONSÁVEL.
Bom Fim de Semana.
Brown Maria